04 novembro, 2010

Novas Cores.


E ela viu um mundo colorido diante dos seus olhos. Ela viveu nesse mundo durante um tempo, mas aos poucos as cores foram desgastando. O que estava acontecendo? Era ela? Era o mundo? Ou simplesmente, algo natural? Não conseguia explicar ao certo esse fato,mas continuou seus dias, pensando, tentando entender isso. Conforme o tempo passava, ela via cores em outros lugares. Peraí, tem alguma coisa errada então. Como podem algumas imagens serem coloridas e outras tão cinzas? Ela começou a observar mais os acontecimentos e percebeu que a realidade de fato havia mudado. A mágica que fazia tudo ser tão colorido, havia desparecido, havia deixado de ser mágica. Era como se ela fosse criança durante um tempo e acreditasse na mágica, porém ela cresceu e isso deixou de ser bonito, mágico. O que fazer? Oras, deixar esse mundo cinza, é claro! Que pergunta idiota. Mas... como deixar um mundo que foi o único que ela viveu durante tanto tempo? Seria capaz de tal façanha? Sobreviveria a isso? Sim, é claro que sobreviveria. Quanto drama... ou não. Ela criou coragem e decidiu. Decidiu sair desse mundo cinza e colocar os dois pés em outro mundo, um mundo com cores novas, diferentes. Mas doeu. Como doeu! Nada mais tinha cor. Nem o mundo antigo, nem o novo. E isso machucou. Com o passar dos dias, as cores começaram a voltar e ela então percebeu que sobreviveria a essa mudança. Afinal, todos sobrevivem certo? Bom, o novo mundo era satisfatório. Ela via cores novas, conhecia misturas interessantes. Mas, e aquilo que ficou para trás, simplesmente deixou de existir? Não... claro que não. Alguns novos fatos foram acontecendo, e o mundo que era cinza passou a ser preto e branco. Nessa monotonia mesmo. Apenas preto e branco. Ela se espantou com essa nova configuração do seu antigo mundo! Mas sabe o mais interessante? Ela estava tão envolvida na descoberta das novas cores, que nem ficou muito afetada pelo mundo que hoje é preto e branco. O novo fez tão bem a ela, que finalmente, ela percebeu que estava bem! Sim, ela se sentia livre, leve... e não, não era um novo amor. Era a possibilidade de rir novamente. Exato! Rir! Rir por nada, sem motivo. Rir de coisas bobas, rir com amigos... rir incontrolavelmente. E como isso lhe fez bem! 

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