21 julho, 2009

De onde menos se espera...

Sabe aqueles tipos que a gente não dá nada? É, aqueles que a gente nunca imaginaria que poderia rolar alguma coisa, um algo mais além de uma amizade. Na verdade, nem uma amizade a gente pensa que pode acontecer, mas enfim. Ele é desse tipo. Ele é do tipo quieto, na dele, que simplesmente apareceu um dia. Sabe-se lá porque razão eles começaram a se falar. Deve ser a tal “cara simpática” dela, misturada a facilidade dele fazer amizades, mesmo com seu jeito tímido. Mas eles se falaram. Pouco, mas se falaram. Daí tem essa coisa de internet, que querendo ou não, aproxima as pessoas. E foi aí que a relação entre eles aumentou. A primeira conversa que ela lembra, é de um texto para o perfil do Orkut. Aquele que vai lá em ‘par ideal’ sabe? Pois é, essas partes do perfil que a gente imagina que ninguém leia. Ele leu, gostou e comentou com um amigo em comum. Esse amigo, falou pra ela, que por sua vez, muito curiosa, teve que mandar um email , perguntando qual era a opinião dele sobre o tal texto. E não é que essa internet ajuda a aproximar as pessoas? Eles trocaram alguns emails, mas foi durante o verão que o contato aumentou. Mesmo parecendo uma coisa meio improvável, logo no período que eles não se viram, o relacionamento de amizade cresceu. Foi aí que ele começou a mudar de figura. Ele deixou de ser aquele tipo que a gente não dá nada, e começou a chamar a atenção. Ele tinha um algo mais, um quê, que era um charme, que despertava um desejo de manter contato, de conhecer mais. Ele tava passando a ser o tipo que a gente até pode olhar, pensar em ter alguma coisa, mas... ainda não era o tipo que se olha pra valer, que se quer ficar junto. Claro, isso não poderia ser de uma hora para outra. Aos poucos, com o contato aumentando, ele conseguiu mudar a imagem que ela tinha dele, e acreditem ou não, ele passou a ser o tipo que vale a pena olhar, e querer ficar junto. Mas, isso, ela não percebeu logo de início. Ou percebeu, e não quis aceitar. Achou que fosse loucura, viagem, desespero, carência.. essas coisas de mulher. Bom, a história não era bem assim. Ela realmente estava sentindo algo a mais por aquele moço. E, não foi algo da noite para o dia. Foi um algo a mais, construído durante alguns meses, um algo a mais que foi por conquista, mesmo que sem intenção. Ela se deixou levar, com calma, mas deixou se levar. O resultado foi o que ela queria lá no fundo, e não sabia. Tá, foi mais engraçado do que aquilo que ela tinha imaginado, mas isso foi bom, pois marcou o dia. Depois daquele momento, daquele instante que todo barulho da volta se silenciou, que o chão sumiu, o coração acelerou, e o tempo parou, ela percebeu que nem tudo é como parece. Que não existe o tipo certo. Ela se deu conta, que se não tivesse se deixado levar, teria perdido a oportunidade de viver uma história e tanto. Não digo essas histórias de amor, de contos de fada, até porque não teria graça nenhuma, pois já sabemos o início,o meio e o final delas. Mas, uma história de amor sim, mas da vida real. Ela não teria tido a oportunidade de conhecer a pessoa maravilhosa que ele é, de saber o quanto uma pessoa pode se doar a outra, sem esquecer de si mesma. Não saberia o quanto é possível gostar de alguém, pelo simples fato de gostar. Não sentiria que todo barulho da volta se silenciou, que o chão sumiu, o coração acelerou, e o tempo parou. Não saberia o que é ver alguém toda semana, e mesmo assim ter o desejo de passar o final de semana junto. Não saberia que quando se gosta de alguém, mas gosta pra valer, com a maior intensidade possível, não se sente vergonha. Não saberia que estar verdadeiramente apaixonada, é dar risadas altas as duas horas da manhã, sem se preocupar se os vizinhos do apartamento de baixo vão reclamar. É brincar, é descobrir que ele morre de cócegas, que ficar abraçados por horas é maravilhoso, que comer um prato de brigadeiro congelado se torna divertido. Não saberia que as coisas mais simples do dia-a-dia ficam divertidíssimas apenas pelo prazer de ter alguém como ele, logo ele, que era daquele tipo que a gente não dá nada.

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